quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Arborização urbana em debate

Encontrar alternativas que ampliem a harmonia entre a sociedade e o meio ambiente foi um dos principais objetivos do Seminário Regional de Arborização Urbana, realizado dia 7 de outubro, no auditório da Certel Energia, em Teutônia. Numa promoção do Conselho Municipal de Meio Ambiente, Prefeitura de Teutônia e Certel Energia, o evento trouxe renomados profissionais que salientaram importantes aspectos sobre o tema.

 

Sustentabilidade

A primeira palestra, da engenheira florestal Marjorie Kauffmann, tratou sobre arborização urbana e sustentabilidade. Segundo ela, ser sustentável é conseguir manter um ambiente com a maior qualidade possível para as gerações futuras. A arborização nas cidades diminui o uso de condicionadores de ar, ventiladores e umidificadores, sendo uma estratégia climática para a manutenção do bem-estar da humanidade. “Na hora de plantar, é bom optar por espécies naturais da região, que sempre vão vingar com maior facilidade, não interferindo nos ecossistemas locais”, aconselha.

 

Paisagismo

A relação entre a arborização urbana e os projetos paisagísticos foi feita pela arquiteta Luciana Marson Fonseca, da Univates/Uniritter. Ela mostrou o paradigma no contexto mundial de como a vegetação está sendo inserida no meio urbano e pode servir como elemento articulador, conectando e requalificando áreas urbanas. Apresentou o exemplo do projeto do Cais do Porto, de Porto Alegre, que traz a ideia de grandes coberturas verdes sobre os estacionamentos ou praças elevadas. Ela diz que essa tendência tende a se tornar cada vez mais real, principalmente considerando-se o crescimento populacional. “Que os jardins e parques não ocorram só mais em níveis de ruas, mas também nas coberturas, passarelas e antigas estruturas de trem que, às vezes, cortam um município inteiro. A população deve participar e cuidar das suas áreas verdes, visto que um parque usado é um parque seguro”, relata.

 

Manejo

O biólogo da Prefeitura de Porto Alegre, André Duarte Puente, também membro da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana, abordou o manejo da arborização. Ele vê a manutenção das árvores urbanas como o eixo principal de qualquer prefeitura ou distribuidora de energia elétrica. O grande problema da atualidade é a poda nas redes aéreas, que tem causado muitas discussões e divergências. “Isso requer o uso de equipamentos adequados, técnicas de poda e de segurança que entram em conflito com a harmonia das árvores urbanas e redes elétricas. No Rio Grande do Sul, as podas podem ser feitas nos meses sem a letra “r”, que são mais frios, quando há um crescimento vegetativo menor e as plantas se comportam melhor quando podadas nessa época”, aconselha.

 

Rede elétrica

O conflito entre árvores e a rede de energia elétrica foi o tema apresentado pelo gerente de meio ambiente da Certel Energia, Ricardo Jasper. Ele diz que a arborização urbana deve ser pensada de forma a garantir as boas condições ambientais de habitabilidade no meio urbano, mas sem interferir na transmissão de energia. De acordo com o disposto no Artigo 65 do Código Civil e no Artigo 151 do Código de Águas, é das Prefeituras a responsabilidade pelas podas das árvores. “No entanto, a distribuidora de energia poderá executá-las quando as árvores, próximas às redes, constituírem riscos iminentes de acidentes para pessoas, instalações de empresas ou interrupções no fornecimento de energia”, pondera.

Cada espécie de árvore possui características biológicas específicas que devem ser consideradas e merecem planejamento para que seja realizada a arborização urbana. “A dimensão da copa das árvores deve ser sempre compatível com o espaço físico existente, a uma distância mínima de segurança que varia de um a três metros entre as copas das árvores e os fios de transmissão de energia”, acrescenta.

 

Parceria

O evento também foi apoiado pela Sicredi Ouro Branco; Biosfera Planejamento e Consultoria Ambiental e Jurídica; Novo Ambiente Arquitetura, Engenharia e Meio Ambiente; JMarx Empreendimentos Florestais; Bel Verde Consultoria Ambiental; e Global-Eco Consultoria Ambiental.

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