sexta-feira, 8 de abril de 2011

Lançado o Plano da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas


Foi lançado na manhã do dia 1º de abril, na Univates, em Lajeado, o Plano da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. É o começo de um trabalho determinante para o futuro dos recursos hídricos e da qualidade da água para a população. O objetivo é conhecer a bacia, seus recursos hídricos, usos, limitações, carências, necessidades de intervenção e desejos da população.

Etapas

Segundo o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas, Daniel Schmitz, a primeira fase consiste em identificar as características da bacia. “Para tanto, serão levantadas informações sobre as diversas formas de uso dos rios e arroios, aproveitamento da água e as atividades econômicas relacionadas diretamente ao recurso hídrico, até questões paralelas, como a ocupação do solo”, relata.
A segunda etapa vai apontar rumos e estratégias com o envolvimento da sociedade. Com base nos cenários e tendências, a população será chamada para participar de audiências públicas e opinar sobre a classificação da água e os seus usos possíveis. “Ela terá que se manifestar sobre o rio que quer, quanto é necessário gastar e quem vai pagar a conta”, sinaliza.
Após finalizado, aprovado e outurgado pelo Conselho de Recursos Hídricos, o plano se torna base oficial para autorização de qualquer tipo de atividade econômica e de uso das águas na bacia. “É com base nas conclusões do plano que serão realizados os licenciamentos ambientais pela Fepam e órgãos ambientais municipais, levando em conta os critérios de lançamento de poluentes na água”, acrescenta Schmitz.

Guardião da água

Presente no lançamento, a secretária estadual de Meio Ambiente, Jussara Cony, disse que o plano vai agilizar o avanço para a implantação das agências de bacias das regiões Metropolitana, do Uruguai e do Litoral. “Mesmo com as leis avançadas que temos no Estado, não vamos conseguir fazer gestão ambiental sem gestão dos nossos recursos hídricos, das nossas florestas e dos nossos resíduos sólidos”, afirma.
Sobre o processo de outorga e cobrança pelo uso da água, Jussara é categórica. “Somos 80% de água. Ou seja, até para a nossa sobrevivência, temos que gerenciar e usar a água de forma econômica, sem desperdício. E essa discussão da cobrança da água leva, por um lado, a pagarmos não algo supérfluo, mas sim estratégico para o futuro da humanidade, para usá-la com parcimônia, no estritamente necessário. O povo deve ser um guardião da água, das florestas e do solo”, pondera.

Maturidade

Para a diretora do Departamento Estadual de Recursos Hídricos, Nanci Begnini Giungno, a região alcançou a maturidade para avançar no processo de criação do plano de bacia. “É uma escolha que leva em conta a água que temos e a água que queremos ter, e isso envolve toda a comunidade”.

Sustentabilidade

Em nome dos usuários da bacia, o presidente da Certel, Egon Édio Hoerlle, destacou que é possível gerar desenvolvimento com respeito ao meio ambiente. Ele exemplificou citando as atividades ambientais desenvolvidas desde 1985, quando a cooperativa lançou o projeto Verde Nas Escolas. “E a Hidrelétrica Salto Forqueta é mais um exemplo, tendo sida construída com total harmonia ambiental, em respeito à fauna, flora e comunidades. Tanto que, com os dois próximos investimentos em geração da cooperativa, nos rios Forqueta e Lajeado Grande, a Certel é a primeira cooperativa gaúcha registrada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para obtenção de créditos de carbono”, enfatiza.

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