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A energia elétrica não pode faltar na propriedade rural, onde as tecnologias são vitais para garantir o sucesso da produção, seja animal ou vegetal. Mas, devido ao calor recorde deste verão, que ocasiona elevação no consumo de eletricidade, além de temporais e vendavais, também os riscos de interrupções do sistema elétrico nacional (blecautes) são iminentes. Uma das alternativas para que o produtor rural não tenha problemas com a falta de energia elétrica são os geradores instalados para suprir a energia necessária a determinada forma de produção, em casos de interrupção no fornecimento das empresas distribuidoras.

Boqueirão do Leão

Em Sinimbuzinho, Boqueirão do Leão, o fumicultor Ivan Feix, 41 anos, conta há quatro anos com um gerador de 8.000 watts para manter estável a distribuição de energia elétrica aos seus dois fornos. “Certo dia, a falta de luz quase causou um incêndio, mas conseguimos apagar. Desde então, optei por esta aquisição, que já salvou a produção algumas vezes. Trata-se da principal renda da família”, afirma Feix, que produz cerca de mil arrobas de fumo anualmente.

O produtor destaca a facilidade de manuseio e a tranquilidade proporcionada pelo equipamento que, segundo ele, já se pagou diversas vezes. “Dificilmente falta a energia que é fornecida pela cooperativa Certel Energia, mas não estamos livres de intempéries e de certos incidentes que podem ocorrer. No recente blecaute que atingiu as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil, percebi a piscada de luz e logo acionei o gerador, sendo que o fumo não sentiu nenhuma alteração e trabalhamos normalmente”, enaltece.

Feix salienta que a falta de energia pode manchar a folha de fumo e gerar perda de qualidade. “Quanto maior for esta qualidade, melhor será a nossa renda. O gerador funciona a diesel e trabalha por tempo indeterminado, já cheguei a usá-lo por quatro horas seguidas”, acrescenta.

Sério

Já o avicultor Joseli José Favaretto, 42 anos, de Paredão, Sério, conta a mais de um mês com um gerador de 30.000 watts para garantir energia contínua ao aviário climatizado que abriga 20 mil frangos. Segundo o produtor, as próprias empresas integradoras sugerem a implantação deste sistema de geração própria para que não haja prejuízos. “Com as recentes quedas no fornecimento causadas por vendavais e pelo calor intenso, consegui manter meus frangos na temperatura ideal, e não tive nenhuma perda. O gerador é acoplado ao trator e que consegue funcionar por 24 horas se necessário”, salienta.

Favaretto mostra-se satisfeito com o fornecimento da Certel Energia, que é fundamental para a avicultura, sua principal fonte de renda. Mas, considera fundamental que qualquer agricultor que dependa de energia invista em um gerador. “Como num aviário climatizado o frango é acostumado a uma determinada temperatura, se faltar energia, tudo pode parar de funcionar e, como não é acostumado com aquele ar parado, o frango pode morrer em dez ou quinze minutos”, adverte. “O governo deveria apoiar os agricultores nesta aquisição, com algum tipo de incentivo. Afinal, somos nós quem produzimos o alimento para toda a sociedade”, completa.